Carmo Johnson Projects

O MAHKU pinta cantos, traduz e “coloca no sentido” os cantos huni meka, nas palavras de Ibã Sales Huni Kuin. Esses cantos, por sua vez, são caminhos e colocam os participantes dos rituais com nixi pae (ayahuasca) em relação com seres não diretamente visíveis. O MAHKU, portanto, pinta uma tecnologia de relação. As pinturas, por sua vez, operam como agentes conectores com o mundo não indígena. Por essa ponte de mão dupla passam diversas coisas e pessoas. Às vezes, alianças são criadas. É o caso que dá origem a esse projeto.

A precisão de Bruno, aliada a uma multiplicidade de referências, cria uma espécie de colagem pintada. Animais reais e irreais, arquétipos e mitos, plantas e pedras, pôr do sol e eclipses, figuras icônicas e paisagens surreais. “Atenção, tudo é perigoso, tudo é divino, maravilhoso”, cantaria Gal Costa. A sobreposição de camadas de tintas, as marcas da mão e do gesto, porém, evidenciam que aquilo é obra humana. O real de Bruno talvez seja feito de cores e imagens que, somados, ultrapassam os limites físicos e se tornam metafísica: uma metafísica individual. Será que isso é possível? Agora, os caminhos de Bruno Novelli e do MAHKU voltam a convergir, não mais na Floresta Amazônica, mas em São Paulo. Mostram obras inéditas para o SP- Arte Viewing Room e concomitantemente, na exposição presencial.

Tudo é Perigoso. Tudo é divino, maravilhoso. Com curadoria de Daniel Dinato, a mostra é uma ocupação na casa de arquitetura brutalista projetada por Joaquim Guedes no Pacaembú. A exposição terá abertura no sábado, dia 12 de Junho, das 12:00 às 17:00 horas na Rua Silvio Portugal 193, São Paulo-SP.

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